10 de outubro de 2012

Desanuviou em mim a ideia de que as coisas existiam a meu desejo. Viver exigia legendar o mundo. Cabia-me o trabalho exaustivo de atribuir sentidos a tudo. Dar sentido é tomar posse dos predicados. Trabalho incessante, este de nomear as coisas. Chamar pelo nome o visível e o invisível é respirar consciência. Dar nome ao real que mora escondido na fantasia é clarear o obscuro. Ainda criança e carregava o pesa da terra, sem estar no bem fundo. Vermelho Amargo, de Bartolomeu Campos de Queirós

Um comentário:

Karla Moreira disse...
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