22 de outubro de 2009

Chagall



Para os meus impreparados olhos, é complexa a tarefa de interpretar Chagall. Desde logo, procurar enquadrar Chagall num determinado estilo é complicado, porquanto convivem no gênio diferentes influências, tão dispares como a sua escola de São Petersburgo, as suas vivências em Paris, a amizade com outros grandes artistas, os despojos das grandes guerras, vividas na intensidade de um olhar e espírito curioso, sempre receptivo aos sinais de modernidade.
A pintura La Marrie (e minha preferida) é datada de 1950, quando Chagall reencontra a Paris pós-guerra, poucos anos depois da morte da sua mulher.
Em La Marrie, existe um forte contraste entre a mulher de vermelho com o fundo nublado, uma luz que quase ofusca os animais que tocam instrumentos. Sendo certo que o quadro recebeu diferentes explicações, nenhuma teve o esplendor da oferecida por Júlia Roberts em Noting Hill: este quadro é como tal qual o amor deveria ser, flutuando num céu azul escuro, com apenas uma cabra, tocando um violino... "

Nenhum comentário: